quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Elas estão prontas? A importância do palco escola

Dando uma lida em alguns artigos polêmicos do blog da Luana Mello, bailarina e Campeã Brasileira de Dança Oriental, encontrei o texto abaixo.
O tema é interessantíssimo. Fala da importância de saber ser sincera com as alunas quanto à estarem prontas para se apresentarem para amigos numa festa organizada para isso mesmo (deixar a aluna sentir o palco, a emoção, etc) ou se apresentarem comercialmente.



"Por mais que façamos festinhas para nossas alunas, depois de um tempo elas estão novamente sedentas por palcos e públicos. A gente que vive de dança sabe que dançar é um vício. O palco escola é o melhor amigo da aluna, por que lá ela pode errar, escorregar, cair, dançar com medo, de cara fechada e tudo o mais! Lá é o 'palco da escola', mesmo que esse palco seja apenas um espacinho entre almofadas. Lá é um lugar seguro, terreno amigo, onde todos estão torcendo e mandando boas energias.

Mas a gente sabe que a realidade fora do palco escola não é bem essa. Semana passada fui assistir a mais uma noite árabe em um bar de São Paulo. O mesmo esquema de sempre, músicos e bailarinas profissionais, algumas já experientes e outras em começo de carreira. Mas me surpreendi quando no meio do show começam as apresentações de alunas e bailarinas amadoras. Um dos grupos que dançou lá, não devia ter mais que um ano de dança. Não mesmo.

Levar suas alunas pra dançar em eventos de Dança do Ventre é super bacana. As meninas precisam MUITO dessas vivências, mas levar suas alunas para dançar numa noite árabe em um bar paulistano é bacana? Na minha opinião não é. Se as professoras tivessem ouvido o que eu ouvi do público, teriam ficado arrasadas. Acontece que certas brincadeiras e piadinhas que os clientes fazem não chegam nos ouvidos dos acompanhantes e das professoras que estão lá inteiramente absorvidos em fotos e palavras de conforto. Como eu estava a paisana, ouvi e vi um monte de coisas absurdamente desagradáveis.

A gente sabe que o clima das festas árabes de Sampa não é dos melhores nem dos mais respeitosos, mas a profissional sabe onde está amarrando seu burro e sabe o preço que vai pagar pelo seu momento de fama. Só que as alunas não sabem, estão indo por que também querem seus minutinhos gloriosos e um espacinho ao sol. Mas nós temos a obrigação de freiar as vontades que ainda não devem ser realizadas.

Eu fiquei inconformada de ver alunas tão despreparadas sendo expostas dessa maneira. Elas não estavam prontas!!! Qualquer leigo via isso e por esse motivo elas foram alvos de risadas e chacotas. Essa atitude é uma imensa falta de ética e de responsabilidade por parte da escola e da professora. Ah e também por parte do bar, que desesperado por entretenimento, sai em busca de alvos baratos ou que abram mão do seu cachê.

Algumas das bailarinas convidadas também não tinham preparo para estar lá, entretendo uma noite. Será que as pessoas não se questionam antes de levar sua dança a um público comercial? O feitiço vira contra o feiticeiro e enquanto você acha que está divulgando seu trabalho, na verdade está denegrindo a sua imagem. Sim, é uma noite árabe, mas em um bar que também recebe muitas pessoas de fora do meio que acabam achando que Dança do Ventre é aquilo lá: meia dúzia de meninas evidentemente inseguras, muitas vezes mal maquiadas e produzidas, com roupas caricatas, que de vez em quando, por falta de experiência mostram suas calcinhas e erram as coreografias.

Num palco escola, protegidas enquanto precisam, elas seriam alvos de elogios por seu esforço e a insegurança seria apenas mais uma característica a ser melhorada. Num palco escola, qualquer erro é perdoável e os convidados sabem exatamente o que esperar. Num bar não...

Bar é lugar de profissional, que cobra seu preço, sabe o que está fazendo, sabe se portar, entretem o público com qualidade, elegância e apresenta uma boa dança. Cada macaco no seu galho. Pra que levar suas alunas num lugar desses se São Paulo está cheio de mostras e concursos de dança o ano inteiro??? Exibicionismo, inocência ou completa falta de noção? Não sei...

Sei que mais uma vez temos que lutar pela resposabilidade do profissional que deve zelar pelo bem estar e pela segurança física e emocional de cada uma de suas pupilas. Dar aula de dança não é essa patotagem sem nexo que acontece por aí. E você que está indo dançar em bares atrás da profissionalização, procure uma boa profissional que te oriente e aconselhe para que você saiba se está realmente pronta ou se ainda precisa de um tempo maior de maturação.

E só pra encerrar, como público que pagou couvert artístico e estava lá atrás de uma boa dança, eu digo: Não sou obrigada a sair da minha casa, pagar para ver Dança do Ventre e me deparar com alunas que mal sabem o que estão fazendo. Se você acha que só eu, a 'chata da Luana', que pensa assim, é por que também não costuma estar ligada nos comentários alheios. No seu próximo show, preste menos atenção às fotos e sonde o que andam falando de suas alunas ou de você."





Abraço,
Ariadne Queiroz.

O Chá Árabe

Olá, olá!
Nosso Chá Árabe foi realizado no dia 14 de agosto. Tudo ocorreu bem! Preparativos, roupas, tudo pronto à tempo... E então começou a festa.

Turmas infantis das E.C 306n e 113n e turmas adultas se apresentaram na noite do dia 14. Também houveram solos de algumas alunas das turmas adultas, além apresentações em dupla e em trio, também de alunas das turmas adultas.
Todas de parabéns.

As turmas infantis se apresentaram com véu e depois com bastão.
As turmas adultas se apresentaram com véu, bengala e, para encerrar com chave de ouro, uma dança com taças.

Ficaremos devendo as fotos e os vídeos por enquanto, estamos esperando para reunir tudo e postar aqui de uma só vez. Mas assim que tivermos todo o conteúdo em mãos, postaremos aqui no blog.

Agradecemos a quem ajudou na preparação da festa e a quem compareceu para prestigiar nossas meninas.


Abraço,
Ariadne Queiroz.